Meu pai
ganhava muito mal, muitas vezes a gente passava fome ao ponto de comer uma
cebola, bem, era o que tinha. Eu considerava que eu era um problema para a
minha família, apesar do que, eu era o que mais dava prejuízo, sempre fui um
garoto hiperativo que brincava com todos por troca de risos e atenção, e olha
só, o que me ferrou na vida foram exatamente essas duas coisas, mas isso é mais
pra frente.
Aos nove anos
vi uma cena a qual nunca saiu da minha cabeça, até hoje ainda penso nisso, não
gosto nem de comentar o que foi, até porque tenho vergonha de ter presenciado
algo parecido. Meu pai havia batido na cabeça da mamãe com uma garrafa de Whisky, depois pegou um cinto e começou a machucar ela, logo em seguida ele
amarou os braços dela e o colocou em uma cadeira, ela estava presa, e ai então
ele colocou um tipo de balde em cima dela, um balde que pingava gota por gota
no olho dela. Ela passou 14 horas daquele jeito, e eu só estava observando
porque tinha medo até de me movimentar. Depois disso mamãe passou meses sem
dormir, acho que pode ter sido pela dor da garrafa, ou talvez porque seu olho
estava vermelho e inchado, ou mesmo por causa do trauma emocional ao qual ela
passou. Sinceramente, não vi motivo pelo qual ele fizesse isso, nem se tivesse
motivos contra ela isso seria perdoável. Enquanto esse desgraçado dormia, a
mamãe ficava sentada em uma cadeira dura aonde só era possível olhar uma luz do
poste pela janela que ela olhava, eu e minha Irmã ficávamos acordados olhando
para ela, eu tinha muito medo dele fazer isso de novo com ela.
ACOMPANHE O TERCEIRO E ULTIMO CAPITULO EM BREVE
Written By: Armando Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário