sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Um pouco menos Triste

Aquele quarto me dava um tormento que só eu sentia, não sei como entrei, não sei como fiquei, sou surpreso até hoje de não ter morrido de mágoas que me corroíam de um forma tão excruciantes que só eu sabia o mal que aquilo me fazia. Ele representava a dor, a perda dos meus pais, o ano mais difícil da minha vida, minha adolescência vivida intensamente, e principalmente, a falta de você. Não sei se era exatamente medo, mas tenho impressão de que aquele lugar me deixava um pouco "medonho", não entendi muito esse meu sentimento. Lembro que acordava todos os dias umas oito horas da manhã para tomar aquele café quente que só minha mãe sabia fazer, aquele simples alimento me deixava tão feliz, eu adorava tomar café com o pão francês da padaria perto da nossa casa, minha mãe saia todos os dias cedo para garantir os três pães que ela sempre levava. Sentia pena todos os dias por ver que ela vivia por mim, ou pior, somente por mim, esse amor é indescritível, esse amor é de mãe. Ela me acompanhava todos os dias no caminho da escola, eu tinha um amigo que era órfão e por isso morava com suas duas tias, a sua tristeza era notável, parece que o seu futuro estava fadado à uma desgraça total, pelo menos era o que eu achava. Certo dia uma garota chegou, e transformou a vida do garoto de uma forma tão boa que até eu me surpreendi com a mudança de comportamento que ele teve. O garoto que era triste, agora andava cantando pelas ruas alegres de sua feliz cidade, parece que agora nada o iria deixa-lo triste. Eu estava enganado, um dia essa menina que lhe trazia alegria, partiu dessa para outra, não só ele ficou, mas todos nós, os seus amigos, ficamos triste. O brilho daquele menino havia se apagado. Hoje ele vive em um quarto pequeno e escuro, se cortando com o canivete no qual seu pai lhe deu, o único presente no qual ele ganhou, parace que esse instrumento foi útil para ele. Seu corpo continua retalhado, mas o interior dele continua ressaltado!

Written By: Armando Rodrigues

Uma lição de Vida

Muitas das vezes não podemos se deixar emtregar-se à uma grande paixào...a dor da partida de um ente amado é muito ruin!mas sabemos que existe outras pessoas que nos AMA,e com isso sabemos que nunca podemos sofrer assim como esse personagem da história,e nunca podemos nos isolar e se afogar em sofrimentos sentimental,buscamos sempre dialogar e desabafar com alguém,e ser Feliz de novo porque a Vida é linda!sejamos forte sempre.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Rio 2016

Tive a oportunidade de ver meu país como sede
Uma pena não ter ido à nenhum dos jogos
Se eu queria ir?
Sim, eu queria
Só não tinha condições para ir

Triste fiquei
Era impossível acompanhar os jogos
A TV era antiga
A antena não fica
Só me resta ler o velho jornal
Eu odeio tanto aquele pessoal

Não lembro do resultado
Nem quero saber
O rosto dos brasileiros já diziam tudo
E agora?
Corre que 2020 chega ai

Written By: Armando Rodrigues

Teatro de Berlim

Fim da guerra mundial
O muro desmoronou e a fome aumentava
Acreditem se puder
E morram se puder
A esperança para a Alemanha era o entretenimento
Só que a probeza continuava a ser um tormento

O nome da peça era "Guerra Dois"
Sétima cadeira da quarta fila
Pra ser exato, assento 475
O nome do protagonista era Rodrigo

Grande pérola essa sua história
Os aplausos foram com vontade
E o meu sorriso despertou minha coragem
Esse teatro nos salvou

Written By: Armando Rodrigues

Sociedade dos Artistas Seixas

Todos que ali viviam eram anti-sociais
Aquele lugar era terrível
Para alguns era o paraíso dos artistas
Para outros era o inferno dos poetas

Nunca fui aceito
Nem queria
Não gostava de seguir sua ideologia
Aquele lugar era terrível

Eu tinha medo deles
Eles desprezavam tudo
Quais quer dos seres
Injustiça era comum

Só agora enxergo a ignorância que os corrói
Tenho pena dos meus irmãos
Choro todos os dias
A saudade é linda

Aquele lugar era terrível
Era um abismo sem fim
Mas sim
Eles ainda são os seixas

Written By: Armando Rodrigues

Vício Inapropriado

Eles estavam me destruindo aos poucos
Todos os dias só queria saber em consumi-los
Era culpa do esquero que eliminava o marcante fogo
Mas mesmo assim
Eu só pensava em fugir

Estava em uma prisão na qual eu era feliz
Ou melhor
Nem sabia o que era distinguir a felicidade
Mas mesmo assim só pensava em fugir

Tentei aliviar a dor
Mas parece que analgésicos também viciam
O que me livrou foi o seu amor
O amor ressuscita os mortos

Sou alegre sem te ver
Sou feliz sem poder
Mas principalmente
Sou satisfeito por te vencer

Written By: Armando Rodrigues

Quarto 375

Havia algo diferente naquela porta
Algo que era inexplicável
Ele tinha um cheiro de flores
Era bem peculiar

Ficava no segundo andar
Perto de uma janela
Aonde era possível distinguir o tamanho do mar
Continuava a ser um simples quarto

Apesar das inúmeras mortes
Ele era acomodante
Mas na minha opinião
Medo é sinónimo de distância

Written By: Armando Rodrigues

Estrelas

Por que será?
Que as linhas são seus versos pra chorar?
Por que será?
Que o lamento é questão de tempo pra tentar?
Por que amar?
Se a vida ensina a gente à perdoar as boas pessoas que anseiam em ser livres pra flar?
De manhã eu acordo feliz
Sem saber o que fiz
Sem saber o que é chorar
Fui traido pelo senhor
Fui deixado ao colo do amor
Sem saber o que é sofrer
Não olhe pra atrás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos.
    
Written By: Armando Rodrigues

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Última Vez

Ela se foi.
O vi juntar suas coisas
Pegar suas bebidas
Deixou os vinhos
Presentes de uma boa época

O vi juntar suas roupas
Camisas que compramos em Munique
A caixa de bobagens do nosso 1* ano
O livro sobre jornalismo, presente de minha mãe
A camisa do Vasco, implicância de meu pai

Ouvi aquelas palavras clássicas
Disse para eu não ficar com saudade
Afirmou que era culpa dela
Ordenou que fosse me divertir
Recomendou o vestido que compramos em Londres
Eu ficava lindo nele

Notei, num daqueles Abraços
Que se dá na tristeza
As chaves dele em cima da mesa
Só um copo sujo na pia
Minha coleção de livros solitária

Pela última vez
O vi fechar a porta
Pela primeira vez
Me mandou trancá-la

Pela última vez
Me deu um beijo na testa
Pela primeira vez
Não pedi que ele ficasse

Agora estou abraçada
Na blusa que ele me deu
Me perguntando quais
Das mais de 400 mil palavras
Do português
Teriam mantido ele aqui.

   Nalanda Silva